A Paixão Segundo G.H.

Foi publicado em 1964 e, assim como em suas outras obras, os fluxos de consciência permeiam todo o livro.

Seis meses após a demissão da empregada doméstica, G.H. resolve fazer uma arrumação no antigo quarto da funcionária, ao entrar ali ela emerge em seu próprio vazio interior. Tomada pela aflição ela procura algo para fazer, mas não há nada. Até que surge uma barata saindo do guarda-roupa; nesse instante a personagem é tomada por uma consciência de solidão.

A protagonista é tomada pelo nojo da barata, mas precisa enfrentá-la, tocá-la e provar o seu sabor. A náusea que a toma violentamente representa a angústia que antecede a epifania e resulta na dolorosa sensação de fragilidade da condição humana.

Com o intuito de retomar seus instintos primitivos, G.H. deve enfrentar a experiência de provar o gosto do inseto. O provar simboliza uma reviravolta em seu mundo alienado, imune e condicionado. Após o ocorrido é que a personagem se dá conta do seu verdadeiro estar no mundo. É tanto que depois ela tem dificuldades em narrar a sua impotência de descrever os fatos.

O livro pode ser entendido como uma alusão ao sofrimento da Paixão de Cristo, relatada por Mateus, Marcos, Lucas e João.

A paixão segundo G.H. é uma obra que ecoa existencialismo, portanto, é considerada como uma luz sobre o entendimento da condição humana.

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